Compras inteligentes – A febre dos descontos

Compras inteligentes, a moda dos cupões, a ciência das promoções e vales de desconto! Estamos a ser beneficiados ou aliciados para um consumo desenfreado?

carrinho de compras no supermercado

No dia 14 de Maio de 2012, o programa Prós e Contras da RTP1 debateu um tema bastante interessante e oportuno, uma vez que o programa foi para o ar poucos dias depois da polémica mega-promoção lançada pelo Pingo Doce no 1º de Maio.

Compras inteligentes! A corrida aos descontos. A febre dos cupões alastra a todos os setores da economia. Vantagem ou logro…
O que deve saber o consumidor em tempo de crise. A ciência das promoções e vales de desconto.

… foi desta forma que o debate foi anunciado, e foram estes os tópicos debatidos e aprofundados no programa que conta com a apresentação e moderação da jornalista Fátima Campos Ferreira.

OS CONVIDADOS

Na minha opinião, a seleção dos convidados não poderia ser melhor, destacando-se a participação muito bem-humorada da administradora do famoso Tralhas Grátis – a Catarina Vilela.

Este debate contou ainda com a participação de:

  • Luís Araújo – Diretor geral do Pingo Doce
  • Pedro Quelhas Brito – Professor de Marketing e autor do livro “Promoções de vendas e comunicação do preço”
  • Jorge Morgado – Secretário-geral da DECO
  • Catarina Delaunay – Socióloga
  • Américo Baptista – Psicólogo e autor do livro “O Poder das Emoções Positivas”
Compras inteligentes - A febre dos descontos

O DEBATE

O debate desta noite é sobre a febre dos descontos, das promoções, cupões e outros aliciantes que estão a invadir o nosso mercado de consumo. Prática utilizada há muito e em grande escala noutros países e que chega agora ao nosso ao mesmo tempo que a crise toma perspectivas cada vez mais graves.
A questão que se coloca é perceber até que ponto o consumidor é beneficiado ou antes se trata de mais uma manobra de apelo ao consumo.

Foi assim que, no início do programa, Fátima Campos Ferreira sintetizou os assuntos a serem abordados.

Já no decorrer do debate, Jorge Morgado, defende que os atos de consumo devem ser atos refletidos, que não se deve ir para o hipermercado sem fazer uma lista, que devemos comprar aquilo que precisamos e que devemos comparar preços. E dirigindo-se à consumidora Catarina Vilela, lançou a seguinte afirmação:

Se a Catarina comprar as coisas que precisa e utilizar os cupões, eu acho ótimo. Se a Catarina andar atrás dos cupões para comprar coisas, eu acho mal! Ou seja, acho que não está de facto a satisfazer as suas necessidades, pelo contrário, está a entrar no jogo dos cupões, e portanto, está a fazer o jogo de quem quer vender e não o jogo de quem quer comprar.

Mais à frente, o Secretário-geral da DECO acrescentou:

Não há dúvida que os hipermercados estão organizados para as pessoas comprarem mais do que aquilo que precisam. Todo o hipermercado está feito, desde a música ambiente, à altura da prateleira e do produto, à luz que se põe a incidir, aos produtos que se põem ao lado uns dos outros com preços diferentes para destacar este em vez daquele… quer dizer, há toda uma estratégia no sentido de levar as pessoas a comprarem para além daquilo que precisam.

Outra informação interessante desta vez da autoria de Vítor Machado – Técnico Proteste:

Os folhetos que nos entopem as caixas do correio, tentam criar aquele sentimento de escassez, aquele sentimento de que é agora ou nunca. Não se precipitem, esses produtos continuam muitas vezes presentes e não é preciso ir a correr para tentar aproveitar a oportunidade única, porque a oportunidade permanece… As marcas não fazem informação isenta.

Se o tema aqui abordado é do seu interesse, talvez lhe seja igualmente interessante a leitura de alguns dos imensos artigos publicados no Poupa e Ganha dentro da mesma temática:

REFLEXÃO

Para terminar deixo-lhe um texto da autoria da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís, bastante apropriado à temática:

Compras inteligentes - A febre dos descontos
Agustina Bessa-Luís

Os supermercados são os palácios dos pobres. Não são só os azarentos e os mal alojados, os que ao longo das gerações foram reduzindo os gastos da imaginação, que frequentam e, de certo modo, vivem o supermercado, as chamadas grandes superfícies. As grandes superfícies com a sua área iluminada e sempre em festa; a concentração dos prazeres correntes, como a alimentação e a imagem oferecida pelo cinema, satisfazem as pequenas ambições do quotidiano. Não há euforia mas há um sentimento de parentesco face às limitações de cada um. A chuva e o calor são poupados aos passeantes; a comida ligeira confina com a dieta dos adolescentes; há uma emoção própria que paira nas naves das grandes superfícies. São as catedrais da conveniência, dão a ilusão de que o sol quando nasce é para todos e que a cultura e a segurança estão ao alcance das pequenas bolsas. Não há polícia, há uma paz de transeunte que a cidade já não oferece.

Agustina Bessa-Luís, in ‘Antes do Degelo’


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15 Comentários

  1. este artigo foi muito bom para esclarecer muitas das duvidos que nos costumam surgir. é bom para abrir os olhos quando vamos às compritas

  2. Excelentes dicas.
    Realmente já tinha reparado que um cadeia de hipermercados subia o valor dos seus produtos quando davam descontos em cartão 😉 e já nem falo da vergonhosa campanha de brinquedos do Jumbo em que subiram os produtos 60% para depois oferecerem os 60% em desconto. Isto foi confirmado por mim em inúmeros brinquedos. Vergonhoso!

      1. eu tento sempre controlar-me quando vou às compras mas ás vezes é dificil. adoro comprar sempre qualquer coisinha por muito baratinha k seja

  3. Muito boas dicas!!!
    Eu já tinha visto o programa sobre este tema. Muito bom, dúvidas pertinentes e óptimos conselhos.
    Sou seguidora assídua do Tralhas Grátis onde se pode realmente encontrar informações sobre óptimas oportunidades.
    A administradora do Tralhas Grátis – Catarina Vilela também foi ao programa da Fátima Lopes – A Tarde é Sua falar sobre este tema.

  4. Um artigo interessante. Muitas vezes as pessoas basta lerem a palavra desconto e adquirem logo o produto por vezes até mesmo sem repararem na redução do preço se é significativa, nem comparam com os preços anteriormente praticados. Para quem é cliente de hipermercados deve ter muita atenção a todos os descontos, pois eles vêm o lado deles, e nós como consumidores e clientes temos de aplicar uma estratégia nossa de modo a não sermos prejudicados.

  5. A “febre” dos vales de desconto é mais recente, mas eu sempre fui ensinada pela minha mãe, e desde muito cedo começei a fazer as compras ca para casa, e fui ensinada e pensar e comprar barato, pois nem sempre um desconto fica mais barato…

  6. Não vi o debate, mas quando tiver oportunidade ainda vou dar uma espreitadinha.
    é verdade que os cartões, promoções, vales e descontos são muito aliciantes, mas quantas vezes não deito fora cupões de artigos que não têm interesse.
    Outra situação que costumo analisar quando tenho um vale de desconto é se o preço, após o desconto sinda será vantajoso sobre outras marcas, de igual qualidade, comprar não é facil e há que recorrer a diversas estrategias.
    Agora aderi à troca de vales de desconto, como nem todos têm as mesmas necessidades e preferências, podem-se obter coisas interessantes.

  7. Nada me deixa mais feliz do que saber que consegui poupar 15, 20€ nas minhas compras, graças aos descontos e tácticas de compra.

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