Os conselhos da Mónica: Spread?! Qual spread?!

Será que num empréstimo bancário, o spread é assim tão importante? Leia este artigo da autoria de Mónica Carvalhido, e descubra a resposta.

Casa feita de dinheiro

É muito frequente nos dias de hoje darmos conta que a comunicação social manipula as notícias para se tornarem mais sensacionalistas. A televisão, os jornais, as revistas, todos seguem o mesmo caminho, escândalos vendem mais do que simples notícias informativas…

Sempre que se fala de bancos foca-se os megalomanos lucros desta atividade, como sendo este o resumo de um escândalo. Mas não há preocupação em esclarecer e ensinar o cidadão comum de como deve fazer e procurar melhor!

De há três, quatro anos a esta parte, tudo o que se relaciona com crédito habitação parece resumir-se a spread e a Euribor. E é um facto que o spread, por definição, é a margem de lucro dos bancos (nos créditos).

Fará sentido continuarmos a falar tanto sobre spread?

Não, não faz qualquer sentido dar apenas enfoque a esta variável. A banca está atenta aos seus clientes, aliás nos dias de hoje qualquer empresa que se digne, e que queira manter-se nos tops, tem de estar atenta aos seus clientes!

O que na prática se assiste é termos clientes a quererem comprar casa e imediatamente perguntarem-nos “qual é o spread que consegue para o meu crédito”?

Ter um spread de 0,9% ou um spead de 1,2% é assim tão diferente?! Na prática, num empréstimo de 100.000,00€ a 30 anos, com a Euribor a 3 meses, a diferença resume-se a 15€ mensais.

É dinheiro, claro que é! Mas se para termos um spread de 0,9% temos de pagar comissões mensais, pagar a anuidade de um cartão de crédito, fazer um seguro de vida e multiriscos no próprio banco (por vezes bem mais caros do que numa seguradora)… estaremos a poupar 15€ por mês ou estaremos a gastar ainda mais que 15€?

O reverso da medalha

Nos dias de hoje existe uma instituição financeira que ainda vai mais longe…. seduz com um spread baixo e com a mágica expressão “taxa fixa por dois anos” – ao valor atual da Euribor a 6 meses. Verdade se diga que à primeira vista parece ser um excelente negócio!! Mas feitas as contas o seguro de vida é bem mais caro que o valor de mercado, e ainda tem de ser pago à cabeça o valor equivalente dos primeiros 5 anos….

Devo dizer que é um produto de sucesso neste momento, e pergunto-me – será que os clientes que entram pelos balcões adentro já pararam para pensar nisto, para fazer contas, para comparar alternativas?!

Quando temos um problema judicial ninguém se lembra de ir para tribunal sem advogados, quando estamos indispostos pensamos em consultar um médico, quando vamos contrair um empréstimo (que irá estar presente em grande parte da nossa vida) porque não paramos para consultar primeiro um especialista?!

Durante todos os dias, o dia todo, a nossa matéria-prima de trabalho resume-se a estudar operações financeiras, melhores opções, rentabilizar perfis de clientes,… e a verdade é, pasmem-se, chegamos a pouco mais de 5% da população ativa que pensa em contrair empréstimos!!!

Como prendinha de natal deixo-vos um link muito interessante, que permite perceber melhor as diferenças entre o mercado financeiro português e, neste caso, o inglês. Onde a consultoria financeira existe há muitos anos!! Vejam e deixem os vossos comentários!
Link: Diferença entre a banca portuguesa e inglesa é enorme

Os conselhos da Mónica: Spread?! Qual spread?!
Os conselhos da Mónica: Spread?! Qual spread?!


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9 Comentários

  1. Belo Conselho!
    Realmente é preciso consultar, analisar e comparar muito bem as ofertas. O que á partida pode parecer a oferta ideal nem sempre é a mais vantajosa e quando não se tem conhecimentos ounão se quer correr o risco de sair a perder, o melhor mesmo é procurar quem possa ajudar.
    Parabéns pelo blog e pelos conselhos!

    1. Olá Copeira
      Obrigada pelo teu comentário. É isso mesmo, em vez de corrermos riscos devemos jogar pelo seguro e consultar um especialista (como em tudo na vida!:-)).
      Votos de umas excelentes entradas em 2011!
      Cumprimentos,
      Mónica Carvalhido

  2. Muito Bom este artigo! E o vídeo que se encontra no Link anexo também é muito informativo…

    Fiquei a saber mais sobre o SPREAD para além do que ja sabia.

    Apenas tinha a noção de que o SPREAD era a diferença de valores entre “o valor a que o dinheiro é comprado aos bancos e o valor a que esse mesmo dinheiro é vendido ao público”

    Era uma noção muito básica e pequena que não me serve de nada, mas agora já percebi mais um pouco.

    Parabéns Mónica!

    1. Obrigada Tomé, pelos comentários e por seres um fiel leitor 🙂
      Votos de umas excelentes entradas em 2011!
      Cumprimentos,
      Mónica Carvalhido

  3. Olá Mónica, dei com o seu cantinho e estive a erradicar um pouco mais a minha iliteracia financeira, mas algures fiquei com uma dúvida…e precisava da sua ajuda.

    Não será muito redutor afirmar que o spread é a margem de lucro dos bancos? Para sermos preciso e prestar uma informação idónea não deveríamos considerar além do lucro, os custos operacionais e a margem de risco médio ponderado dos clientes, por exemplo? Mesmo como definição não penso ser a melhor forma de apresentar o conceito, por creio ser uma definição errada. Talvez o termo, como senso comum, seja mais adequada, não?

    Obrigado e desculpe a nota.E parabéns pelos seus posts, estão escritos de uma forma muito engraçada.

    Jorge Conceição

    1. Olá Jorge

      Obrigada pelas tuas palavras.

      Gostei muito do teu comentário e sim, tens toda a razão, o spread apenas como margem de lucro do banco é um conceito algo redutor. Existem outras variáveis implícitas – especialmente a margem de risco médio ponderado.
      Contudo o objectivo é traduzir a pesada linguagem financeira em palavras mais simples e que nos digam respeito directamente, enquanto consumidores. Daí a definição ir mais ao encontro do senso comum.

      Espero os teus futuros comentários aos meus posts. 🙂

      Cumprimentos,
      Mónica Carvalhido

  4. Um artigo importante principalmente para mim que estou a iniciar-me nos creditos habitaçao para a minha nova casinha. Se existirem mais dicas que me possam facultar, agradeço! 🙂

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