Como a sua saúde mental afeta as suas finanças pessoais e vice-versa
Descubra como a sua saúde mental e as suas finanças pessoais estão interligadas e como uma pode afetar a outra.
A relação entre a saúde mental e as finanças pessoais é complexa e, muitas vezes, subestimada. No entanto, entender essa relação é crucial para manter um equilíbrio saudável em ambos os aspetos da vida. Não é incomum que problemas de saúde mental afetem as decisões financeiras e, por sua vez, problemas financeiros afetem a saúde mental. Neste artigo, vamos explorar como essas duas áreas estão interligadas e como é possível equilibrá-las.
Conteúdo
Como a saúde mental afeta as finanças pessoais
Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, podem afetar significativamente as decisões nossas financeiras. Por exemplo, uma pessoa ansiosa pode gastar excessivamente para aliviar a sua ansiedade, enquanto uma pessoa deprimida pode ter dificuldade em se motivar para gerir as suas finanças. Além disso, problemas de saúde mental podem interferir na sua capacidade de manter um emprego estável, o que pode levar a problemas financeiros a longo prazo.
A depressão pode levar uma pessoa a gastar dinheiro em coisas supérfluas, como comida, roupas e até mesmo álcool e drogas, para tentar encontrar alívio temporário para seus sintomas.
Um estudo revelou que indivíduos com depressão e ansiedade tinham três vezes mais probabilidades de se endividarem. Enquanto outros estudos descobriram mesmo uma ligação entre a dívida e o suicídio.
De facto, se a saúde mental permanecer comprometida por um período prolongado, ou se continuar a piorar, há um maior risco de problemas financeiros. Algumas das formas pelas quais a saúde mental deficiente pode afetar a situação financeira incluem:
- Sensação de falta de controlo sobre a vida e a vida financeira: quando sente que está a perder o controlo sobre o seu estado emocional e os seus pensamentos, é provável que também sinta que a sua vida financeira está fora de controle. Isso pode levar a perda de esperança num futuro melhor e a dificultar o planeamento de compras importantes ou poupança para a reforma.
- Tendência para evitar problemas financeiros: é difícil enfrentar uma pilha de contas por pagar ou lidar com atrasos nos pagamentos de dívidas de cartões de créditos quando nos deparamos com uma saúde mental debilitada. É mais fácil e menos doloroso evitar esses problemas quando não nos sentimos bem!
- Busca desesperada por um alívio temporário: quando se está em sofrimento, é fácil fazer escolhas que possam causar problemas financeiros a longo prazo, como comprar coisas que não se pode pagar, para obter alívio temporário.
- Baixa auto-estima: quanto pior se sente, menos se sente bem consigo mesmo, e isso pode levar a gastos exagerados para parecer bem-sucedido, levando a comportamentos de compensação excessiva.
- Diminuição dos níveis de energia: problemas de saúde mental podem afetar a qualidade do sono, aumentar a fadiga e dificultar a concentração, tornando mais difícil lidar com problemas financeiros.
- Reabertura de feridas emocionais não curadas: quando se sente mal, o cérebro pode recordar outras vezes em que se sentiu assim e isso pode trazer à tona feridas emocionais antigas e complicar ainda mais a sua situação.
Como as finanças pessoais afetam a saúde mental
Da mesma forma, problemas financeiros podem afetar significativamente a saúde mental. Dívidas e falta de dinheiro podem causar stress e ansiedade, enquanto a sensação de falta de controle sobre as próprias finanças pode levar a sentimentos de frustração e inadequação.
Os problemas financeiros podem interferir na sua capacidade de proporcionar uma vida saudável e segura para si e para a sua família, o que pode levar a problemas de saúde mental a longo prazo.
Existem vários estudos mostram a correlação entre a privação económica e a sáude mental. Por exemplo, um estudo elaborado no Chile encontrou uma forte ligação entre uma queda acentuada dos rendimentos e o aparecimento de perturbações psiquiátricas, com a queda dos rendimentos a ocorrer 6 meses antes do aparecimento dos sintomas.
Em tempos de crise económica, os pobres são um grupo de risco, uma vez que são os primeiros a ser afetados. Simultaneamente, as pessoas que já sofrem de doenças mentais, devido ao declínio existente no seu funcionamento, são também um grupo de alto risco. Tal facto cria um círculo vicioso onde a pobreza favorece os distúrbios psiquiátricos e vice-versa.
O estigma em torno da dívida pode fazer com que as pessoas tenham dificuldade em pedir ajuda e se sintam isoladas. O impacto na saúde mental pode ser ainda mais grave se as pessoas tiverem que fazer cortes em necessidades básicas, como aquecimento e alimentação, ou se os credores forem agressivos ou insensíveis na cobrança de dívidas.
Soluções
Felizmente, existem soluções para lidar com a relação entre saúde mental e finanças pessoais. Um orçamento é uma ferramenta valiosa para ajudar a gerir as despesas e evitar problemas financeiros. O planeamento financeiro ajuda a estabelecer metas e a alcançá-las, o que pode melhorar a sensação de controlo sobre as próprias finanças. A busca de ajuda profissional também pode ser útil, seja para tratar problemas de saúde mental ou para ajudar a gerir as finanças.
Procure cuidar do seu corpo com sono adequado, exercício regular e alimentação saudável, socializar com pessoas que o apoiam, envolver-se em atividades de lazer e reservar tempo para cuidar das suas necessidades.
Seguem-se mais 5 dicas para ao ajudar a diminuir o impacto do stress financeiro na sua saúde mental:
- Crie um orçamento: é difícil estabelecer metas se não sabe por onde começar. Faça uma auditoria às suas finanças e crie um orçamento. Após criar o seu orçamento, tente pensar em formas de mudar os seus hábitos para seguir o seu orçamento.
- Acompanhe os seus gastos: é extremamente importante saber para onde está a ir seu dinheiro. Preste atenção aos seus hábitos de gastos e confie na sua capacidade de tomar boas decisões.
- Tome uma decisão de cada vez: as questões financeiras podem ser abrangentes. Quando é confrontado com múltiplas decisões em simultâneo, é mais provável que tome decisões impulsivas. Tente concentrar-se numa decisão financeira de cada vez.
- Identifique as suas fontes de stress financeiro: fica stressado quando recebe uma fatura para pagar? Fica ansioso no final do mês, esperando o próximo pagamento para garantir que pode cobrir as suas despesas? Seja qual for a sua fonte de stress, é importante saber identificá-las.
- Reconheça as emoções relacionadas ao dinheiro: esteja ciente das emoções que surgem no seu relacionamento com as finanças. Escrever num diário sobre essas emoções pode ajudá-lo a entender o que está a sentir.
Em resumo, problemas de saúde mental podem afetar as decisões financeiras e problemas financeiros podem afetar a saúde mental. Por isso, é importante cuidar tanto da saúde mental quanto das finanças pessoais.
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