Os conselhos da Mónica: Útil ou fútil? Analise as suas despesas!
Excelente artigo de opinião da autoria de Mónica Carvalhido acompanhado de conselhos e uma necessária “lufada de ar fresco” para os portugueses.
Os últimos tempos não têm sido fáceis para nós portugueses. Aliás, parece que não têm sido fáceis para muitos, mas confesso que as minhas preocupações têm sido com as nossas dores.
É provável que aconteça com mais pessoas, mas em mim instalou-se o Síndrome do Coelho – sempre que vejo alguém do governo a dirigir-se ao país começo “Ai Jesus, Pai Nosso que estais no Céu…”.
É interessante como o tempo e as experiências nos fazem reavaliar as nossas convicções. Creio que alguns dos portugueses hoje em dia se questiona se sequer vale a pena trabalhar, assim como assim o dinheiro no fim do mês mal chega para pagar as contas (na melhor das hipóteses ainda chega para pagá-las…).
Eu sempre fui formiga e não cigarra (ouviu Senhor Ministro?!), aliás, foi o grande respeito que tenho pelo dinheiro que me trouxe à Consultoria Financeira. Mas a verdade é que nunca como agora sou solidária com as cigarras.
Durante os últimos 20 anos fizeram-nos acreditar numa cultura onde se julgava sermos um país com potencial, onde a classe média se desenvolvia a olhos vistos, onde ser engenheiro ou doutor era o mínimo. Havia estímulos financeiros para trocar de casa, trocar de carro, ir de férias, mudar a mobília lá de casa, enfim, havia crédito para tudo e para todos. E tanto dinheirinho os bancos esperavam ganhar com essas “boas ações”…
E o que se ouvia nos telejornais? O que diziam os nossos governos (rosa ou laranja)? E a boa da oposição? Eu pessoalmente não tenho ideia de vê-los preocupados com a situação financeira onde as famílias iriam parar…
AGORA, QUE DEU MERDA…
Agora, que deu merda, é interessante perceber as reações… “As famílias gastavam mais do que ganhavam“; “Era inevitável, não havia cultura de poupança familiar“; “As pessoas não sabem o valor do dinheiro, tinha de dar nisto“…
Não discordo que efetivamente seja verdade, o meu ponto de vista é outro. É que enquanto esta maneira de pensar dava dinheiro aos lobbies deste país, ninguém, NINGUÉM, se preocupou em educar e formar as pessoas financeiramente. Ninguém se preocupou em regular leis que defendessem as pessoas dos incentivos ao consumo. A taxa de esforço do cliente era mais ou menos proporcional aos objetivos do gestor do balcão.
Agora, que deu merda, tá bom de ver que a culpa era dos desgraçados que caíram nas esparrelas… Hummm, posso ser só eu, mas tenho a ideia que nos comeram a carne e estão a pôr os ossos de lado… “menino farto não é comedor”, certo?!
Mas queridos leitores, a minha solidariedade não chega para pagar as vossas contas. Acabou o tempo onde as pessoas podiam enfiar a cabeça na areia.
Acabou o tempo onde as pessoas podiam descurar assuntos relacionados com bancos e mesmo seguros, por se tratar de assuntos profundamente aborrecidos.
Acabou o tempo onde se confia cegamente no nosso gestor de conta ou no nosso mediador de seguros.
Temos de pôr as mãos na massa, temos de arregaçar as mangas, temos de nos preocupar cada vez mais com o que é útil e ignorar o que é fútil. Eu preciso mesmo deste produto? Eu preciso mesmo deste seguro? E se precisar, há quanto tempo eu não revejo a minha carteira? Há quanto tempo eu não questiono se há melhor e mais barato no mercado?
ÚTIL OU FÚTIL?
- Sabe o peso do seguro de vida do crédito habitação no seu orçamento familiar?
- Sabia que já ninguém é obrigado a ter os seguros de vida do crédito à habitação no banco?
Comprar casa implica, na maioria das vezes, a contratação de um crédito habitação. Este é provavelmente o compromisso financeiro mais importante e duradouro da sua vida.
O seguro de vida de proteção ao crédito salvaguarda o equilíbrio orçamental do seu agregado familiar, garantindo ao Banco o reembolso do valor em dívida, no caso da morte ou invalidez dos titulares.
Embora o seguro de vida seja uma exigência feita pelas entidades bancárias, desde 2009 não é obrigatório escolher ou mesmo manter, a seguradora que o banco propõe, até porque na grande maioria das vezes esta não é de todo a opção mais vantajosa (DL n.º 222/2009).
Para além do preço existem outros fatores determinantes na escolha da entidade seguradora:
- O seu seguro de vida cobre todos os titulares do crédito habitação? Em 100% cada titular?
- Há quanto anos tem o seu empréstimo habitação? Sabe que pode estar a pagar o prémio do seguro referente ao valor do empréstimo inicialmente contratado?
- O seu seguro de vida engloba morte e IAD ou morte e ITP? *
* – IAD (incapacidade absoluta e definitiva: acionada se o titular do seguro tiver uma incapacidade definitiva e necessite do recurso à assistência de uma terceira pessoa para satisfação das suas necessidades vitais, vulgarmente designado por “estado vegetativo”) ou ITP (incapacidade total e permanente: a indemnização é paga caso o segurado fique com uma incapacidade igual ou superior a 66% que o impeça de exercer uma atividade – percentagem de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidades).
O CLIENTE PODE (E DEVE!) PROCURAR, ENTRE AS VÁRIAS OFERTAS DISPONÍVEIS, A QUE MELHOR CORRESPONDE AO SEU CASO.
POUPANÇA GLOBAL DE 24.633,00€ (observação: este é um caso verídico, não se trata de uma simulação).
Este conteúdo foi publicado originalmente em: 27/09/2012
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o problema é k os bancos querem logo alterar o spread…..
Olá Hugo Coelho
Relativamente ao comentário que fazes sobre a subida do spread, é vulgar as pessoas terem essa ideia. A maioria acha que se retirar o seguro do banco isso vai agravar a prestação, aliás os próprios bancos dão a entender isso mesmo. A verdade é que não é assim tão linear. E mesmo quando há agravamento (que não é na maioria dos casos), estamos a falar de poupanças mensais consideráveis, por exemplo, de 10€ face a uma penalização de 1€ mensal. Já preencheste o formulário? Faz o teste! Vais ter uma surpresa 😉
Eu gostava de fazer o teste, mas é exigido a data de nascimento do 2º titular e no meu caso não existe 2º titular. Como posso fazer?
Muito bem, quem fala assim não é gago!!!!!!!!
Olá Maria Helena
LOL, obrigada pelas tuas palavras!
Beiinhos,
Mónica
Parecendo que nao bastam pequenas escolhas para nos ajudar a poupar…
Olá Pepe
Obrigada pelo seu comentário.
É bem verdade o que diz, às vezes não damos valor às pequenas poupanças, mas nesta fase são as mais importantes e são aquelas que as pessoas descuram mais. Por se tratar de “pouco” dinheiro acham que não fazem parte da solução…
Cumprimentos,
Mónica Carvalhido
Todos os conselhos são bem vindos, e devem ser tidos como úteis, principalmente vindos de quem está mais dentro do meio do que nós. Por vezes através de pequenas escolhas, conseguem-se grandes poupanças, no entanto há sempre que verificar o que se adequa mais há nossa necessidade, por vezes não atual, mas sim futura.
Olá Flávio
Obrigada pelo seu comentário.
Excelente pensamento – não só é importante preocuparmo-nos com a poupança imediata mas também com a precaução do nosso futuro. Especialmente com as perspectivas que temos sobre a reforma.
Cumprimentos,
Mónica Carvalhido
Tive a fazer a minha lista do útil/ fútil, mas mesmo assim foram poucas as poupanças
Olá Rafa
LOL, adorei o seu comentário. Realmente nesta altura, quando fazemos as nossas possíveis poupanças mensais, normalmente ficamos desanimados por parecer muito pouquinho. A sua sinceridade no comentário traduziu bem o seu desencanto. 🙁
Mas, boas notícias, estas pequeninas poupanças, se investidas em produtos de poupança a médio/longo prazo, podem traduzir-se em agradáveis complementos para uma reforma.
Envie-me por e-mail ([email protected]) o valor da sua poupança mensal e a sua idade. Vai ver que a surpreendo.
Quer uma aposta?
Cumprimentos,
Mónica Carvalhido
tambem posso enviar? gostaria de saber o que é capaz de fazer por mim
Percebes muito do assunto, parece que temos muito a aprender contigo.
os bancos saltam-nos logo ao coiro. levam-nos tudo esses desgraçados
pelo menos tentar tentam, e com muita força 😉
Até já tenho medo deles
Lol
Olá Liliana
Claro que sim! Aliás não pode, deve 🙂
Está na hora de amealharmos para termos um futuro mais decente do que aquele que se vislumbra, não é? Fico a aguardar o seu e-mail.
Cumprimentos,
Mónica Carvalhido