Porque deve investir… nas suas dívidas?
Descubra como encarar as suas dívidas como um dos seus investimentos mais seguros e eficientes.
Um dos dilemas mais agradáveis para quem subitamente, se vê com dinheiro extra na carteira, é decidir como utilizar esse dinheiro! 😀
Muitas pessoas optam por gastar esse dinheiro extra em algo que lhes dê prazer (como umas férias, por exemplo), enquanto outras consideram ser mais inteligente investir esse montante. Ambas as decisões podem ser um erro enorme, principalmente quando temos uma obrigação mais importante pela frente, tais como dívidas!
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Invista nas suas dívidas
Sem dúvida que é boa política, assim que tiver garantido o seu fundo de emergência, começar a investir para multiplicar o seu dinheiro. Mas provavelmente essa não será a melhor jogada para quem tem dívidas com juros avultados a escoarem a sua carteira.
A verdade é que, a maioria das pessoas encara as suas dívidas de uma forma tão negativa que prefere simplesmente as ignorar e viver na esperança que um dia estas desapareçam magicamente.
No entanto, pode ser perigoso ignorarmos as nossas obrigações! Se as suas dívidas só lhe causam stress e frustração, que tal começar a pensar nelas como um investimento!? Ou seja, comece a considerar o pagamento das suas dívidas como um investimento seguro e eficiente para o seu dinheiro.
Independentemente do motivo que o levou a contrair as dívidas ser mais ou menos válido, no fundo, o que se sugere é que, sem olhar para trás, mude radicalmente a sua perceção do que são dívidas.
Pense que ao liquidar uma dívida estará a obter um retorno desse seu “investimento”, os juros que iria ter de pagar.
É certo que existem produtos financeiros com taxas bem elevadas, ao ponto de (à partida) se tornar mais vantajoso colocar o dinheiro a render do que usá-lo para liquidar dívidas. Porém, investimentos dessa natureza não têm capital garantido, enquanto que ao “investir” na sua dívida, é garantido que irá poupar dinheiro e preocupações! 😛
Pensando dessa forma, todos os pagamentos das nossas dívidas tornam-se assim um investimento com retorno seguro e predeterminado. Embora possamos não saber exatamente qual será o retorno do nosso investimento em ações ou outros títulos, já sabemos a taxa de juros da nossa dívida e quanto dinheiro economizaremos no futuro se a pagarmos antecipadamente. Dessa forma, o dinheiro que iríamos pagar em juros, fica à nossa disposição para o usarmos da melhor forma, como, por exemplo, para investir num ETF.
Talvez a única exceção à regra sejam os créditos habitação. A maioria deles têm prazos muito longos, e com os juros reduzidos que temos atualmente poderá não compensar amortizar.
Em que dívidas deve “investir” primeiro?
Antes de mergulhar nos métodos específicos de pagamento de dívidas, é importante entender como identificar as dívidas em que deve “investir” primeiro. A ordem em que prioriza o pagamento das dívidas pode ter um impacto significativo na sua situação financeira e na rapidez com que alcança a liberdade financeira.
Abaixo, apresentamos duas estratégias populares – o método “bola de neve” e o método “avalanche” – para ajudá-lo a decidir qual abordagem é a mais adequada para a sua situação e objetivos financeiros. Cada método tem as suas vantagens e desvantagens, e a escolha dependerá das suas preferências pessoais e das características específicas das suas dívidas.
Método ‘bola de neve’: eliminando as dívidas menores para aumentar a motivação financeira
Um método bastante recomendado para quem tem mais do que uma dívida é o método “bola de neve”. Esse método tem como principal objetivo mantê-lo motivado e até empolgado por liquidar todas as suas dívidas!
Comece por fazer uma lista de todas as suas dívidas, ordenando-as do menor para o maior valor e sem se preocupar com as taxas de juro. Depois, esforce-se por abater o máximo que puder à dívida de menor valor até a conseguir liquidar. Assim que essa dívida for a zero, terá mais dinheiro disponível para pagar a próxima dívida da lista.
Enquanto se concentra na dívida mais pequena, em simultâneo deverá também ir abatendo com um valor menor as dívidas maiores.
Numa primeira e rápida abordagem a este método, poderá não fazer sentido ignorar as taxas de juro! Provavelmente faria mais sentido começar por abater as dívidas que mais dinheiro nos “come”.
Também pensava assim até ler a teoria por detrás do método “bola de neve”. Se a dívida com maior taxa de juro for também a dívida de maior valor, o tempo que demoraríamos a pagá-la seria obviamente mais longo do que se optássemos por uma de menor valor independentemente da taxa de juro. Essa demora só nos ia causar frustração e desmotivação. É ao vermos as nossas dívidas desaparecerem da lista, que nos sentimos mais motivados para continuar no ataque!
Já percebeu porque este método se chama “bola de neve”? Ao pagar desta forma as suas dívidas levando-as a zero uma de cada vez, a cada passo terá um montante maior à sua disposição para atacar a próxima dívida. Ou seja, o dinheiro que tem disponível vai crescendo lentamente, tal como uma bola de neve que cresce à medida que rola encosta abaixo.
Método ‘avalanche’: focando-se nas dívidas com taxas de juros mais altas para economizar no longo prazo
O método “avalanche” consiste em concentrar-se no pagamento das dívidas com as taxas de juros mais altas primeiro, independentemente do seu valor. Essa abordagem pode ser mais eficiente em termos financeiros, pois ajuda a reduzir o montante total pago em juros ao longo do tempo. Para aplicar o método “avalanche”, siga os passos abaixo:
- Liste todas as suas dívidas, ordenando-as da maior para a menor taxa de juro.
- Continue a pagar o mínimo em todas as dívidas, mas destine qualquer dinheiro extra disponível para a dívida com a taxa de juro mais alta.
- Uma vez que a dívida com a maior taxa de juro esteja paga, passe para a dívida com a segunda maior taxa de juro e repita o processo.
- Continue nessa sequência até que todas as dívidas estejam pagas.
Embora o método “avalanche” possa resultar em economia de juros a longo prazo, ele pode não oferecer a mesma satisfação psicológica rápida do método “bola de neve”, pois pode demorar mais tempo para pagar a primeira dívida. No entanto, a escolha entre os métodos “bola de neve” e “avalanche” dependerá das suas preferências pessoais e das características específicas das suas dívidas.
Ao considerar estas estratégias, é importante analisar as suas dívidas e a sua situação financeira para determinar qual delas se adapta melhor às suas necessidades e objetivos.
Além desses métodos, a consolidação de dívidas é outra opção que pode ser útil em determinadas situações.
Lembre-se de que, independentemente da estratégia escolhida, o compromisso e a disciplina financeira são fundamentais para pagar as suas dívidas e alcançar a estabilidade financeira.
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