Conduzir com chuva: 14 sugestões para uma condução segura

A chuva dificulta-lhe imenso a condução? Saiba como conduzir com chuva sem pôr em risco a sua segurança.

Para-brisas com chuva

Conduzir em estradas molhadas e em condições de chuva acarreta muitos perigos que podem ser minimizados e evitados pelo condutor, desde que sejam seguidas algumas regras básicas.

A tração reduzida devido à estrada escorregadia, implica, em simultâneo, velocidade reduzida, movimentos de direção suaves e atenção redobrada. No entanto, para a nossa segurança e a de quem nos rodeia, não basta apenas conduzir mais devagar, pois existem outros perigos à espreita.

Abaixo estão 14 dicas importantes para uma condução segura à chuva, umas mais óbvias do que outras, mas que mesmo assim convém sempre relembrar.

Mantenha o seu calçado seco

Quando se inicia uma viagem à chuva, é normal as solas dos sapatos ficarem molhados e escorregarem facilmente dos pedais. Para evitar isso, esfregue bem as solas no tapete do carro antes de conduzir.

Pode parecer uma dica básica e de pouca importância, mas é um detalhe que pode fazer toda a diferença para manter uma condução segura e confortável.

Verifique o estado dos pneus

Por mais estranho que possa parecer, a maioria dos condutores não está consciente do estado dos pneus dos seus automóveis. Os pneus desempenham talvez o papel mais importante na segurança do condutor, razão pela qual a correta utilização e manutenção dos pneus, assim como o conhecimento das suas características, é vital para garantir a segurança em todas as condições.

Como tal, é essencial verificar sempre o estado dos pneus do seu carro antes de sair para a estrada, e substituí-los se necessário.

Certifique-se que faz a manutenção padrão dos pneus, mantendo-os calibrados e com a pressão de ar adequada. A pressão de ar correta dos pneus é determinada pelo fabricante do veículo e pode ser encontrada inscrita na borda ou no batente da porta, no porta-luvas ou na porta do depósito de combustível. Esse valor é também mencionado no manual do utilizador.

Note que o número na lateral do pneu não é a pressão de ar recomendada, mas sim a pressão de ar máxima.

Uma pressão adequada, para além de ser um parâmetro importante para a tração do nosso veículo, também nos ajuda a poupar no consumo de combustível.

Verifique também a profundidade do piso dos pneus. Uma profundidade de piso dentro dos valores legais ajuda a evitar derrapagens e aquaplanagem.

Pneu

São esses sulcos dos pneus que permitem que a água na estrada seja escoada, mantendo o pneu em contacto com a estrada. Sem esses sulcos, o pneu iria patinar sobre a camada de água, levando ao descontrolo total do veículo.

Ao abrigo da legislação europeia, os pisos dos pneus deverão ter uma profundidade mínima de 1,6 mm. Mas lembre-se, esse é o valor mínimo exigido por lei, sendo que a profundidade aconselhada para circular em segurança é de pelo menos 4 mm.

Ao circular com pneus com uma profundidade do piso inferior a 1,6 mm, para além de pôr em causa a sua segurança (principalmente em dias de chuva), ainda se arrisca a ser multado no caso de verificação pelas autoridades.

Como verificar a profundidade do piso dos pneus

Para verificar se tem a profundidade dos sulcos está dentro dos limites legais, basta colocar uma moeda de 1€ num sulco e verificar se a faixa dourada da moeda fica tapada pela borracha do pneu. Se conseguir ver o rebordo dourado da moeda, significa que está na altura de substituir os pneus.

Caso prefira saber ao certo a profundidade do piso dos pneus, poderá usar um paquímetro ou medidores como estes que pode encomendar no Ebay por cerca de 3€.

Faça essas verificações – pressão e piso dos pneus -, pelo menos uma vez por mês bem como antes e após viagens longas.

Ligue as luzes

Em dias mais chuvosos, acenda os médios do seu carro para garantir que está bem visível para os outros condutores.

Para que nada lhe falhe, verifique regularmente se todas as luzes funcionam corretamente, incluindo as luzes de nevoeiro.

Automóveis mais modernos já fazem essa verificação automaticamente e alertam no caso de alguma lâmpada estar fundida, mas mesmo assim, convém sempre verificarmos com os nossos próprios olhos.

Mantenha os vidros desembaciados

Quando chove, é normal que as janelas no interior do carro se embaciem mais facilmente, mas podem ser desembaciadas com a mesma facilidade. Todos os carros têm uma resistência no para-brisas traseiro (alguns também têm na frente) e ao toque de um botão a humidade desaparece numa questão de minutos.

Para um desembaciamento muito rápido de todas as janelas, coloque o ar condicionado na intensidade mais forte e com o fluxo a apontar para as janelas. Use o modo de entrada de ar exterior – nunca utilize o modo de recirculação do ar interior para este efeito.

Um truque para ajudar a controlar a humidade dentro do carro, evitando assim que os vidros embaciem tão facilmente, é espalhando alguns sacos de sílica no seu interior: no porta-luvas, por baixo dos bancos, etc. Caso não tenha desses sacos, pode criar os seus próprios, por exemplo, enchendo meias de algodão com areia de sílica para gatos.

Verifique o estado dos limpa para-brisas

Limpa para-brisas

Um requisito básico para a melhor visibilidade frontal possível é que os limpa para-brisas estejam a funcionar e em bom estado. As escovas do limpa para-brisas secas e gastas não conseguem remover completamente a água do para-brisas, o que reduz significativamente o campo de visão, especialmente à noite.

Para melhorar a visibilidade enquanto conduz à chuva, poderá também aplicar um repelente de chuva no para-brisas. Esse produto tem um efeito hidrofóbico que faz com que as gotas de água deslizem rapidamente pelo vidro, ajudando a prevenir a acumulação de água da chuva no vidro.

Ao utilizar um repelente de chuva no vidro do para-brisas, para além de melhorar a visibilidade, ainda reduz a necessidade de utilizar os limpa para-brisas, mantendo assim, as escovas em bom estado por muito mais tempo.

Como saber se está na hora de substituir as escovas limpa para-brisas

  • Se as escovas têm mais de um ano (recomenda-se a substituição após o verão)
  • Se a superfície do para-brisas não ficar completamente limpa
  • Se sentir irregularidades ao passar o dedo pela borracha
  • Se deixarem rastos de água ou sujidade no vidro
  • Se ouvir ruídos durante o funcionamento
  • Se as escovas vibrarem ou não deslizarem com suavidade no vidro

Aumente a distância de segurança

A distância de travagem1 em piso molhado é 3 vezes maior do que em piso seco, pelo que deverá manter mais distância entre o seu carro e o veículo à sua frente para ter tempo de reagir numa situação de emergência.

1. A distância de travagem é a distância que o veículo percorre desde que o condutor carrega no travão até que o veículo fique completamente parado.

Segundo o Código da Estrada (Artº 18º) “os condutores devem guardar dos outros veículos uma distância suficiente que lhes permita parar em segurança no caso de travagem ou imobilização súbita”.

Saia de casa mais cedo

É uma boa prática sair de casa mais cedo para fazer o seu trajeto diário, já que a chuva provoca atrasos no trânsito, significando também condutores mais nervosos e um risco acrescido de potenciais acidentes.

Muitos condutores ficam stressados ao conduzir sob chuva intensa, perdem a compostura e cometem alguns erros que muitas vezes os colocam em situações complicadas.

Mesmo que ocorra um acidente em que todos saiam ilesos, terá de preencher a Declaração Amigável (você e o outro condutor). Para acelerar esse processo, poderá optar por preencher a Declaração Amigável de Acidente Automóvel através do telemóvel.

Reduza a velocidade a que circula

Esta deverá ser a medida mais óbvia de todas! Se tiver em conta a dica anterior e sair realmente mais cedo de casa (ou de qualquer outro local), poderá viajar mais tranquilamente, antecipando qualquer tipo de situação de trânsito que possa originar um acidente.

Mas mesmo que se atrase e sinta necessidade de acelerar para chegar a horas aos seus compromissos, deverá lidar com o dilema de: chegar tarde, mas em segurança vs arriscar a sua vida e a dos outros condutores!

Escolha o percurso mais seguro

Certamente já reparou nos percursos que faz com maior frequência os locais onde a água estagna com mais facilidade. Se possível, opte por fazer um percurso diferente e mais seguro em dias de chuva.

Uma forma de estudar previamente percursos alternativos, é usando um GPS. Em alguns sistemas de GPS é possível bloquear os caminhos sugeridos e assim descobrir novos percursos para destinos habituais.

Se a chuva estiver demasiado forte, pare o carro!

A chuva forte pode sobrecarregar os limpa para-brisas, deixando uma capa de água quase ininterrupta cobrindo o vidro. Quando a visibilidade é tão limitada que as bermas da estrada ou os outros veículos não são visíveis a uma distância segura, é hora de sair da estrada e esperar a chuva abrandar.

O ideal é parar em estacionamentos ou em outras áreas protegidas, mas se a berma da estrada for sua única opção, vá o mais longe que puder e espere a tempestade passar. Mantenha os faróis acesos e acenda as luzes de emergência (4 piscas) para alertar os outros motoristas.

Cuidados redobrados com as “primeiras chuvas”

Quando começam as primeiras chuvas após um período mais “seco”, a estrada torna-se bastante escorregadia. Nos primeiros minutos de chuva é necessário ter um cuidado especial ao conduzir porque a lama e o óleo na estrada se misturam com a água e criam uma camada escorregadia que pode levar a uma perda repentina e descontrolada da tração do veículo.

A melhor forma de evitar uma derrapagem iminente em pavimento molhado é não conduzir agressivamente. Conduzir a velocidades mais lentas deixa espaço para correção de qualquer erro do condutor e permite que os pneus do veículo tenham uma maior área de superfície em contacto com a superfície da estrada, melhorando a sua tração.

Aprenda a recuperar o controlo após uma derrapagem ou aquaplanagem

A aquaplanagem é a principal causa de perda de tração em estradas molhadas. Quando uma quantidade excessiva de água se acumula na superfície da estrada (lençóis de água), não tem tempo para escapar diretamente através dos sulcos no piso do pneu, resultando numa perda de tração.

A pressão da água faz com que o carro deslize sobre uma fina camada de água que se acumula entre os pneus e a estrada. Neste ponto, o carro pode perder completamente o contacto com a estrada, pondo-o em risco de deslizar e sair da faixa de rodagem.

Como já referimos, para evitar a aquaplanagem deverá manter os pneus à pressão de ar correta, um bom piso nos pneus e substituí-los quando necessário. Reduza a velocidade quando a estrada estiver molhada, e tente conduzir nas marcas de pneus dos veículos à sua frente.

Não utilize o cruise control em dias de chuva! Em situação de aquaplanagem, o cruise control faz com que as rodas permaneçam a circular à velocidade que definiu, o que irá prejudicá-lo na tentativa de recuperar o controlo do veículo.

Se descobrirmos que o nosso carro está a “aquaplanar” e perdemos o controlo sobre ele, o mais importante é manter a calma. Nestas situações, a tentação é de carregar imediatamente no pedal do travão… Não o faça! Em vez disso, deverá libertar de imediato o pedal do acelerador. Se os nossos pneus estiverem em bom estado, a tração regressará quase imediatamente!

Tente abrandar utilizando a caixa de velocidades, mas caso necessite mesmo de usar o travão e o seu carro não esteja equipado com sistema ABS (sistema anti-bloqueio de travões), pressione o pedal do travão suavemente com movimentos leves e repetitivos. Caso tenha ABS, trave normalmente, pois esse sistema irá simular o movimento repetitivo sempre que necessário, evitando assim o bloqueio das rodas.

Não tente corrigir a trajetória do carro girando o volante no sentido oposto ao que está a deslizar.

Tenha cuidado ao passar por águas estagnadas nas estradas. Existe a possibilidade de haver uma poça profunda escondida debaixo da superfície da água, o que pode causar danos nos pneus ou na roda do nosso carro, existindo também o risco de perder o controlo do veículo.

Deve também ter em mente que ao passar pela água, os seus travões podem molhar-se e perder temporariamente a sua capacidade de travar. Quando já estiver a circular em piso seco, pressione ligeiramente os travões por alguns metros para secar os materiais de fricção e devolvê-los ao estado de funcionamento normal.

Não querendo assustar, mas sim sensibilizar para os perigos da aquaplanagem, deixamos aqui um vídeo do Youtube onde pode ver alguns acidentes reais causados por esse fenómeno. No entanto, dada a violência de algumas das filmagens, alertamos que as mesmas poderão perturbar os leitores mais sensíveis.

Acidentes reais provocados por aquaplanagem

Previna-se da fadiga

Quando há chuvas prolongadas e se conduz durante muito tempo nestas condições, lembre-se que a fadiga aumenta significativamente. A água na superfície da estrada reflete a luz dos outros carros ou do ambiente circundante, o que prejudica a visão do condutor. Além disso, o funcionamento constante dos limpa para-brisas combinado com o calor no interior do carro, pode levar a sonolência repentina e sem sinais de aviso. Lembre-se de parar a cada 2 horas de condução contínua por pelo menos uns 15 minutos.

Outras medidas a ter em conta

Verifique se o pneu sobresselente está em bom estado, bem como o triângulo de aviso, que colocamos na estrada em caso de emergência. Ao mesmo tempo, não se esqueça de verificar o kit de primeiros socorros que o veículo possui, acrescentando o que faltar. Os detalhes fazem a diferença!

Se tiver possibilidade para tal, realize um check-up de inverno ao seu carro. Várias oficinas têm esse serviço, em que verificam vários aspetos do carro, para garantir que está em condições para circular em condições mais adversas.


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