Maus hábitos de sono e obesidade: uma ligação pouco conhecida
São vários os estudos que provam que maus hábitos de sono aumenta em muito o risco de obesidade. Saiba mais neste artigo…
Ter bons hábitos de sono é essencial para ter um quotidiano saudável e não ter problemas de saúde. Uma das relações pouco conhecidas é a relação entre as poucas horas de sono e a obesidade. São vários os estudos que têm sido realizados nos últimos anos que provam que maus hábitos de sono aumenta em muito o risco de obesidade… e esta acaba também inevitavelmente por prejudicar boas noites de sono.
Conteúdo
O que é a obesidade?
A obesidade é uma doença caraterizada por uma acumulação excessiva de gorduras. Essa acumulação tem efeitos negativos e nefastos sobre vários aspetos da saúde em geral.
Sendo uma das doenças caraterizadas como sendo um problema de saúde pública, a obesidade pode ter diferentes causas como:
- uma alimentação demasiado pesada, baseada em alimentos doces, processados e gorduras;
- distúrbios e comportamentos alimentares compulsivos;
- um estilo de vida demasiado sedentário, com pouca atividade física;
- uma influência genética, pois existem alguns genes associados diretamente à obesidade, provocando assim um maior risco de sofrer desta doença;
- doenças depressivas ou transtornos psicológicos;
- maus hábitos de sono, sobretudo poucas horas de sono de forma constante.
Os maus hábitos de sono são uma causa da obesidade?
Sim. A privação de sono ou dormir poucas horas provoca no corpo humano uma diminuição da tolerância à glicose e influencia a regulação do apetite.
A diminuição da tolerância significa que a metabolização da glicose ingerida pelo organismo é alterada, tornando mais difícil a reposição da glicemia a níveis ditos normais.
A regulação do apetite é também influenciada pela pouca quantidade de horas dormidas, pois a leptina (hormona responsável pelo controlo da ingestão alimentar) acaba por ser menor, quanto menor o número de horas dormidas. Esta hormona é muito importante, pois cabe à leptina a redução do apetite… estando a ser produzida em baixas quantidades, faz com que a pessoa esteja sempre com mais apetite!
Menos de cinco horas de sono por noite? Maior o risco de obesidade
Um estudo realizado em Itália por responsáveis de diferentes centros de investigação médica italianos, mostra uma relação direta entre privação de sono e a obesidade. Pessoas que dormem cinco ou menos horas têm maior risco de sofrerem de diabetes e obesidade. Estas duas patologias estão associadas a causas de insónia, o que aumenta ainda mais a privação de sono sentida nessas pessoas.
Esse estudo (que consiste em 45 estudos diferentes, envolvendo mais de 600 mil participantes), acaba por mostrar que o risco de obesidade é 55% superior nas pessoas que dormem menos de cinco de horas por noite. As pessoas que dormem menos de seis horas veem também o risco de sofrer de diabetes de tipo 2 aumentar 28%.
A obesidade leva a maiores perturbações de sono
A obesidade é um dos fatores de risco para sofrer de apneia: o excesso de gordura, sobretudo ao nível de garganta e peito, faz com que as vias respiratórias estejam mais obstruídas, impedindo assim que o ar circule com mais facilidade e fluidez.
Para evitar sofrer de perturbações de sono deve, portanto, evitar quaisquer comportamentos de risco que possam levar à obesidade.
Mudanças de estilo de vida imediatas devem ser levadas a cabo, como uma dieta alimentar saudável, exercícios físicos e controlo e análise precisa dos hábitos de sono atuais. Uma estratégia que tem ganhado popularidade para controlar o peso e melhorar a saúde geral é o jejum intermitente.
Se acha que pode estar a sofrer de obesidade e aumento importante de peso e que isso está a prejudicar diretamente a qualidade do seu sono, consulte imediatamente o seu médico para conselhos e análises suplementares.
O impacto das rotinas de sono na resistência à insulina e no peso corporal
A relação entre o sono e a obesidade é complexa e multifacetada. Embora já tenhamos discutido como a falta de sono pode levar a um aumento do apetite e, consequentemente, ao ganho de peso, há outro aspeto crucial que merece ser explorado: a resistência à insulina.
A insulina é a hormona responsável por transportar a glicose do sangue para as células, alimentando as funções do nosso corpo. Quando as células se tornam resistentes à insulina, elas não conseguem obter a energia de que precisam. Como resultado, complexas reações bioquímicas ocorrem, levando as células a alertar o cérebro de que precisam de mais energia. O cérebro, por sua vez, envia sinais de fome para nos encorajar a consumir mais combustível (calorias). Assim, a resistência à insulina pode levar a um aumento da fome e do peso corporal.
A falta de sono tem sido associada a uma maior resistência à insulina e, consequentemente, a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, as perturbações nos nossos ritmos circadianos naturais também têm sido associadas a um maior peso corporal, embora ainda não esteja claro se existe uma relação direta.
O trabalho noturno, por exemplo, é conhecido por aumentar o risco de problemas de saúde mental e obesidade. A perturbação do ciclo natural de sono causa stress físico e mental, o que pode levar a uma dieta de menor qualidade. Além disso, as opções alimentares são limitadas e os alimentos saudáveis são frequentemente menos disponíveis no meio da noite.
Portanto, se você se encontrar cansado durante o dia, acordar com uma sensação de ansiedade ou adormecer quando não pretende, pode não estar a ter um sono suficiente e repousante. Embora os resultados dos estudos variem, pesquisas recentes sugerem que o “ponto ideal” para o tempo de sono em adultos parece ser cerca de sete a nove horas por noite. Ambos os extremos (dormir, digamos, quatro a cinco horas ou doze horas por dia) podem aumentar o risco de obesidade.
Conclusão
Poucas horas dormidas e maus hábitos de sono aumentam o risco de obesidade e a obesidade acaba por afetar a qualidade do sono. Este ciclo é vicioso, pois a privação de sono ao afetar e destabilizar a atividade metabólica faz com que a pessoa ganhe maus hábitos alimentares e que, os maus hábitos de sono já enraizados, perturbem no tempo.
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