Como fazer a gestão de despesas avultadas

Se costuma ignorar até ao último minuto as grandes despesas que surgem uma ou duas vezes por ano, este artigo é para si!

Gestão de despesas

Se já faz o controlo e organização das suas despesas através de um orçamento familiar, com ou sem a ajuda de aplicações de gestão de finanças pessoais, ou se já segue um plano simples como a famosa regra dos 50/30/20, já terá mais ou menos uma ideia geral dos seus rendimentos e obrigações todos os meses.

No entanto, um erro comum que muitos cometem é ignorar até ao último minuto as despesas mais avultadas que surgem uma a duas vezes por ano! Referimo-nos a grandes despesas como o seguro automóvel, propinas, IMI, entre muitas outras.

Todos nós temos aquelas 2 ou 3 despesas anuais que tememos e, por vezes, até preferimos nos esquecer que a dado momento nos vão assombrar a carteira.

Alguns conseguem suportar essas despesas com os subsídios de férias e de Natal, ou com o reembolso do IRS que, por acaso, até coincidiu receberem em data próxima das despesas. Outros, com menos sorte, são forçados a pagar às prestações (recorrendo ao cartão de crédito, por exemplo), ou simplesmente não pagam as despesas, incorrendo em juros de mora, problemas fiscais e outras complicações.

Há ainda quem conte com o seu fundo de emergência para os socorrer. Mas mesmo assim, essa não é a melhor solução para suportar despesas já previstas, pois caso surja uma despesa imprevista no mesmo mês, a situação pode se complicar. Exceto se tiver um fundo de emergência suficientemente robusto (com um montante superior a 6 meses de despesas regulares).

Nem todos temos assim tanto dinheiro disponível no banco para suportar essas grandes despesas à data que as mesmas vão surgindo. Algumas pessoas até podem ter o montante necessário… mas preso a investimentos a longo prazo, que o tornam inacessível no imediato.

Tome nota das suas “verdadeiras” despesas

Quando fazemos um orçamento mensal (numa folha de Excel, no Google Sheets, numa app, em papel, etc.), muitas vezes limitamo-nos a registar as despesas regulares, esquecendo-nos de anotar as despesas anuais mais avultadas, aquelas que fazem toda a diferença e que abalam o nosso orçamento se não as tivermos em conta.

E como podemos antecipar essas despesas anuais no orçamento mensal?

Digamos que, por exemplo, daqui a 5 meses tem uma despesa de 500€ para pagar. Que solução lhe parece mais razoável?

  • Esperar até ao último minuto e socorrer-se do cartão de crédito para pagar essa despesa (isto, claro, se tiver plafond para tal) – Nesse caso, a não ser que pague a totalidade do valor em dívida do cartão de crédito no mês seguinte, terá de suportar os juros por estar a pagar às prestações.
  • Ignorar a despesa e adiar o pagamento para quando puder – Dependendo da entidade, isto poderá ter como consequência um agravamento do valor a pagar e outras penalizações.
  • Reservar 100€ por mês para que no dia do pagamento possa pagar a despesa na totalidade – Ou seja, da mesma forma que já opta por poupar dinheiro para mais tarde pagar umas férias ou comprar um telemóvel novo evitando recorrer a créditos, pode utilizar o mesmo método para suportar as suas despesas avultadas que já sabe de antemão quando e quanto terá de pagar.

Imagine que tem as seguintes despesas para pagar:

  • Imposto Único de Circulação daqui a 8 meses: 200€
  • Seguro Automóvel daqui a 5 meses: 400€

Para garantir que consegue pagá-las sem problemas, divida cada despesa em prestações mensais e inclua-as no seu orçamento:

  • 200€/8 = 25€
  • 400€/4 = 80€

Neste exemplo, teria de acrescentar 25€ ao seu orçamento mensal dos próximos 8 meses e 80€ para os próximos 4 meses.

Mas melhor ainda, seria planear essas despesas numa base anual. Nesse caso poderia somar as despesas e dividir pelos 12 meses. Pegando no nosso exemplo, (200€+400€)/12 = 50€, bastaria colocar 50€ de lado todos os meses, para que no ano seguinte tivesse o montante necessário para suportar essas despesas.

Mesmo que não se tenha ainda antecipado para suportar as despesas do próximo ano, pode começar a fazê-lo imediatamente após pagar a sua próxima despesa este ano.

Valerá a pena o esforço

Muitos poderão pensar que, por já terem um orçamento muito apertado, acrescentar mais encargos ao seu plano mensal poderá complicar ainda mais a sua situação.

No entanto, pensamentos como “depois vê-se”, “quando chegar a altura, há de surgir uma solução” ou “que seja o que Deus quiser”, levam-nos a um ciclo vicioso de despesas, no qual passamos a vida a correr atrás das nossas obrigações e chegando muitas vezes ao fim do mês sem dinheiro!

É exatamente por esse motivo que precisamos de um orçamento que nos permita ter uma visão clara de todas as nossas despesas, tanto as de curto como de longo prazo.

Ao seguir um plano regular de poupança para todas as suas grandes despesas, verá que a forma como encara o seu dinheiro irá gradualmente mudando. Em vez de recear pela chegada do dia em que a despesa que tanto teme finalmente aparece, estará preparado para a pagar sem qualquer dificuldade.

Assim, para além de ter uma melhor liquidez na sua carteira, terá também uma vida mais tranquila e menos stressante, uma vez que terá todas as suas obrigações em ordem. Desse modo, poderá dedicar mais tempo aos seus planos a longo prazo, à sua família e amigos!


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