Seguros: Um mal necessário?
Ainda julga que os acidentes, os furtos e outras catástrofes só acontecem aos outros? Compensa ter um seguro ou é uma despesa desnecessária?
Na TV, nos jornais, na internet, somos constantemente bombardeados com notícias de desastres causados por acidentes, intempéries, furtos, entre outros imprevistos, e um dos pensamentos que nós, como espectadores, muitas vezes temos é “será que tinha seguro?”.
A maioria das pessoas sente-se desconfortável quando pensa no tema “seguros”. Isto porque, os obriga a pensar na possibilidade de uma circunstância catastrófica nas suas vidas. O próprio pensamento deixa-nos inquietos e nervosos, levando-nos a rejeitar automaticamente essa solução, mesmo que estejamos economicamente à vontade para suportar a despesa.
E é dessa forma que ficamos muitas vezes de pé atrás com os seguros, mesmo tendo consciência que deveria fazer parte dos nossos planos financeiros, prevermos o inesperado.
É típico! Esbanjamos dinheiro em Euromilhões, raspadinhas, apostas, etc., em busca da “sorte grande” que vai mudar a nossa vida da noite para o dia, enquanto nos mantemos indiferentes à possibilidade de ocorrerem danos irreparáveis à nossa casa, trabalho ou saúde.
Não vai assim há tanto tempo que todos nós levamos um grande abanão que nos fez refletir sobre como a vida é tão imprevisível. 2020 foi um ano que abalou aqueles que pensavam que as coisas más só acontecem aos outros. A pandemia do COVID-19 colocou a nossa saúde, empregos e rendimentos entre a espada e a parede. E mesmo com os apoios financeiros do Estado, muitos enfrentaram dificuldades terríveis.
Se há alguma lição a tirar destes últimos anos atípicos (e 2024 vai pelo mesmo caminho), é que temos de ter em conta essas incertezas nos nossos planos. Não podemos assumir que tudo correrá perfeitamente bem quando planeamos as nossas vidas e as das nossas famílias para os próximos 5, 10 ou mesmo 40 anos. Um seguro com coberturas adequadas às nossas necessidades e modo de vida, deve ser uma parte fundamental do nosso plano para a liberdade financeira e para a nossa paz de espírito.
Seguros de vida, de saúde, de responsabilidade civil, de habitação, etc., no fundo, são como uma rede de segurança contra circunstâncias que não podemos prever, ou que pensamos ser improvável que nos aconteça.
Aqueles que procuram uma desculpa para não contratarem um seguro, normalmente afirmam se tratar de “um desperdício de dinheiro”. Afinal de contas, para quê pagar por algo que nunca irá acontecer?
Mas o que acontece quando descobrem que alguém que conhecem passou exatamente pelo o que consideravam ser improvável? Mudam completamente de ideias, e apressam-se a contratar o seguro que até há pouco tempo julgavam ser um desperdício de dinheiro!
Conteúdo
De que tipo de seguros preciso?
Há dois critérios básicos que pode seguir quando considerar uma apólice de seguro.
1. O que não puder substituir, deve ser segurado
A sua casa, o seu carro (dependendo do valor comercial), ou mesmo a sua capacidade de trabalhar após um acidente, são tudo coisas em que uma perda lhe poderia causar danos irreparáveis. Estas são exatamente as situações em que a cobertura de um seguro pode ser a sua salvação.
2. O que puder compensar por si próprio, não precisa de segurar
Em relação aos artigos de menor valor, que podem ser substituídos com relativa facilidade, a primeira regra não se aplica.
Se lhe roubarem o telemóvel, não será difícil comprar um novo em 1 ou 2 meses. Idealmente, teremos constituído um fundo de emergência necessário para 3 a 6 meses de despesas, com o qual podemos cobrir uma perda moderada ou mesmo uma perda temporária de rendimentos.
Obviamente que quanto mais elevados forem os nossos rendimentos ou as nossas poupanças, mais fácil será cobrir quaisquer perdas com os nossos próprios recursos, evitando assim a despesa permanente de um seguro.
Que tipos de seguros existem?
Vejamos alguns tipos de seguros mais procurados.
Seguro automóvel
Para além do seguro contra terceiros (obrigatório), se comprou um carro ou uma mota para o qual contraiu crédito ou juntou todas as suas economias para o pagar, provavelmente quererá protegê-lo contra roubo, incêndio ou danos de outras causas. Nesse caso, teria de optar por um seguro de danos próprios, o qual é opcional e a sua necessidade varia caso a caso.
Numa abordagem muito superficial, um seguro de danos próprios é um bom investimento no caso do carro ser novo, o valor comercial do carro ser muito elevado, se o veículo estiver exposto a condições climatéricas extremas, ou exposto à possibilidade de atos de vandalismo, furto, etc.
Seguro de vida e invalidez
O seguro de vida e invalidez é provavelmente a categoria de seguro mais antiga.
Em caso de morte ou acidente grave, esse seguro oferece uma compensação significativa à família em proporção ao rendimento que teoricamente teriam ganho durante os seus restantes anos de trabalho, de modo que as suas necessidades sejam cobertas.
O seguro de vida, apesar de não ser obrigatório por lei, é exigido pelos bancos ao contratar um crédito habitação, uma vez que, em caso de morte ou invalidez, cobre o montante em dívida do titular.
Seguro de saúde
Não confundir com Plano de Saúde. O seguro de saúde diz respeito à cobertura das despesas médicas de um acidente ou doença. Muitas pessoas que enfrentaram as dificuldades do sistema nacional de saúde compreenderam o valor de um plano suplementar privado que possa cobrir os custos de hospitalização num hospital privado.
Seguro multirriscos-habitação
A nossa casa é normalmente o nosso bem mais importante, e aqueles que têm uma hipoteca sabem que este seguro é obrigatório. Na realidade, por lei apenas é obrigatório o seguro de incêndio. Mas por norma, os bancos propõem o seguro multirriscos-habitação, o qual já inclui a cobertura de incêndio, entre outras coberturas como inundações, roubo, tempestades e aluimento de terras.
Mas mesmo que a nossa casa já esteja paga, uma grande perda pode levar-nos a uma situação económica bastante crítica, pelo que devemos ponderar a contratação de um seguro desse tipo.
Seguro de responsabilidade civil
Muitos profissionais tais como médicos e advogados, enfrentam a possibilidade de um processo judicial no caso de danos a terceiros em consequência de erros durante o exercício das suas atividades. Independentemente dos danos causados à sua reputação e imagem, a cobertura de responsabilidade civil irá protegê-los de quaisquer consequências financeiras.
Este seguro pode também cobrir situações da vida familiar, tais como danos causados a terceiros por qualquer membro do agregado familiar, incluindo animais domésticos.
Hoje em dia é mais fácil do que nunca pesquisar e comparar preços e coberturas de seguros. Existem comparadores de seguros online, assim como simuladores nos próprios sites das companhias de seguros.
Qual a sua opinião relativamente a este assunto? Considera os seguros algo necessário ou desnecessário?
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